Marco Rubio sobre a condenação de Jair Bolsonaro: ‘Os EUA responderão de forma adequada’

Após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou no X (antigo Twitter) que “os Estados Unidos responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”.

“As perseguições políticas por parte do violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam, já que ele e outros membros da Suprema Corte do Brasil decidiram injustamente prender o ex-presidente Jair Bolsonaro”, disse.

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Rubio tem sido uma espécie de porta-voz das ações do governo norte-americano contra o Brasil. Foi ele quem anunciou em 18 de julho a revogação do visto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator da ação penal à qual Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão.

“A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não só viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil e atinge os americanos”, disse em julho.

Nesta quinta-feira (11/9), o presidente Donald Trump descreveu como “muito surpreendente” a condenação de Bolsonaro. “Eu achava que ele foi um bom presidente do Brasil, e é muito surpreendente que isso possa acontecer. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum”, disse a jornalistas, nesta quinta, ao sair da Casa Branca.

Trump afirmou que havia acompanhado o julgamento. Disse também que conhece “muito bem” o ex-presidente brasileiro e que o considerava “um homem bom”.

“Caça às bruxas”

O governo norte-americano tem tratado o julgamento de Bolsonaro como uma “caça às bruxas”. O mesmo termo foi usado em 9 de julho pelo presidente Donald Trump para justificar a imposição de tarifas de 50% a produtos brasileiros.

Antes mesmo de o julgamento iniciar, o governo americano afirmou que o acompanharia de perto e que não descartava novas sanções e retaliações. Na terça-feira (9/9), quando os ministros começaram a votar, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou, ao responder uma pergunta sobre medidas retaliatórias adicionais ao Brasil e países da Europa, que Trump “não tem medo de usar meios econômicos nem militares para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”.

Ao anunciar a imposição de tarifas em 9 de julho, o governo norte-americano afirmou que há “perseguição política, intimidação, assédio, censura e processos judiciais movidos pelo Governo do Brasil contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores”, e citou o ministro Alexandre de Moraes como responsável por “ameaçar, perseguir e intimidar milhares de opositores políticos”.

Em 30 de julho, o governo de Trump anunciou a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes. A norma, de 2016, permite sanções unilaterais dos EUA contra estrangeiros acusados de violações de direitos humanos ou corrupção. Com isso, Moraes teve bens e interesses bloqueados sob jurisdição americana, medida que pode afetar operações em bancos e serviços internacionais.

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