A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (12/11) o julgamento do núcleo militar da trama golpista, formado por dez réus acusados de participação na tentativa de golpe em 2022. O grupo inclui nove militares da ativa e da reserva e um policial federal, que atuava na segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O primeiro dia de sessão, realizado nesta terça-feira (11/11), foi marcado pela sustentação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que pediu a condenação dos dez réus, com pena menor para o tenente-coronel Ronald Ferreira de Araujo Júnior, em que o PGR pede a condenação apenas pelo crime de incitação ao crime. Em sua manifestação, Gonet destacou a violência das ações do grupo e afirmou que as autoridades públicas estavam ‘na mira de medidas letais’. O procurador também ressaltou que os acusados viam suas ações como uma ‘guerra contra a estrutura democrática’.
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Em seguida, seis advogados apresentaram as defesas dos réus. A estratégia central foi tentar desqualificar as provas reunidas pela PGR e questionar a consistência das delações. Os defensores alegaram fragilidade das evidências e afirmaram que os depoimentos utilizados pela acusação são inconsistentes e baseados em hipóteses não comprovadas.
A sessão será retomada com as sustentações orais restantes. Ainda devem se manifestar os advogados de Rodrigo Bezerra de Azevedo, Ronald Ferreira de Araújo Júnior, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Wladimir Matos Soares. O voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, está previsto para a próxima semana, quando o julgamento deve ser concluído.
Até o momento, o STF já condenou 15 pessoas por tentativa de golpe, entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares da alta cúpula, como os generais Augusto Heleno e Braga Netto.