O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, defendeu nesta segunda-feira (13/10) que os países adotem metas mais ambiciosas de combate ao aquecimento global e reafirmou o compromisso do Brasil com o multilateralismo e a cooperação internacional nas negociações climáticas. Ao abrir a Reunião Ministerial Preparatória da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), a Pré-COP30, realizada em Brasília, Alckmin afirmou que é preciso aproximar o regime climático da vida real das pessoas.
“Convoco a todos e todas a compartilharmos essa preocupação ambiental e esse amor ao próximo não apenas ao nosso discurso, mas em ações concretas, em benefício a toda a comunidade internacional e como legado a gerações futuras”, afirmou. “O Brasil chega à COP30 como país que acredita em ética, sustentabilidade e responsabilidade. Esperamos o comprometimento da comunidade internacional”, completou.
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O evento reúne negociadores de clima e ministros de diversos países e funciona como uma etapa preparatória para a COP30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém. O objetivo é reduzir divergências entre os países e alinhar posições diplomáticas antes das negociações principais, em um momento de crescente fragmentação global.
Em seu discurso, Alckmin afirmou que a presidência brasileira da COP30 será estruturada em três eixos principais:
reforçar o multilateralismo,
conectar o regime climático à vida cotidiana das pessoas, e
acelerar a implementação do Acordo de Paris, firmado em 2015.
“Com esse espírito é que foram estabelecidos os três objetivos centrais da presidência brasileira: reforçar o multilateralismo e o regime de mudanças do clima, conectar o regime climático à vida real das pessoas e acelerar a implementação do Acordo de Paris”, disse.
Durante a fala, Alckmin destacou que o Brasil tem papel estratégico nas três grandes questões do século 21 — segurança alimentar, segurança energética e combate às mudanças climáticas — e é exemplo de transição energética bem-sucedida. “No mundo, cerca de 30% da energia elétrica provém de fontes renováveis; no Brasil, esse percentual chega a 80%”, afirmou.
Contexto internacional e desafios diplomáticos
A defesa do multilateralismo ocorre em meio a um cenário de tensões econômicas e ambientais globais. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou recentemente tarifas sobre produtos brasileiros e a saída do país do Acordo de Paris, medida que deve ser oficializada em 2026.
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No plano diplomático, o Brasil tenta reunir apoio internacional para um fundo de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 voltado à transição energética e à adaptação climática, além de estimular a revisão das metas nacionais (NDCs) assumidas pelos países no Acordo de Paris. Até o momento, apenas 62 das 196 nações signatárias apresentaram novos compromissos.
“Acredito que esse esforço coletivo de cooperação deve ser canalizado aqui nas negociações da COP”, afirmou Alckmin.