COP30: Brasil aposta em legado de implementação da cúpula em Belém

Entre desafios que vão desde destravar o financiamento climático a resolver questões logísticas, o Brasil tentará mostrar a viabilidade da transição sustentável na COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém. Para representantes do poder público, a edição brasileira da cúpula deverá deixar o legado de implementação. O assunto foi tema do evento Diálogos da COP30, realizado pelo JOTA em Brasília na quarta-feira (18/8).

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No âmbito financeiro, segundo a secretária de Assuntos Internacionais, a embaixadora Tatiana Rosito, os Ministérios das Finanças têm priorizado cinco frentes: ampliar recursos concessionais para os fundos climáticos; reformar bancos multilaterais de desenvolvimento; fortalecer capacidades institucionais domésticas; os mecanismos inovadores de mobilização de capital privado e avançar em regulação e interoperabilidade de taxonomias sustentáveis e mercados de carbono.

“Nós queremos deixar um legado, do nosso lado financeiro, de que é possível, não só recomendar ações nessa área, – e é algo pioneiro, porque somos Ministros das Finanças, cada vez mais se aproximando e reconhecendo como isso é fundamental para o crescimento das nossas economias – mas também trazer ações concretas que já mostrem caminho”, disse a secretária de Assuntos Internacionais, a embaixadora Tatiana Rosito.

Na agenda de implementação, o subsecretário de Sustentabilidade do Ministério dos Transportes, Cloves Benevides, elencou como exemplos a taxonomia sustentável brasileira, que vai balizar investimentos em infraestrutura verde, e os novos compromissos de descarbonização do setor de transportes, que serão apresentados durante a COP30.

Benevides também destacou a necessidade de compreensão do setor produtivo de que a transição sustentável não representa entrave, mas oportunidade de desenvolvimento. “É preciso um letramento do setor empresarial, do setor político do setor para que se chegue à conclusão de que transição adequada, de que perspectiva de pauta climática de nova economia vinculada a esse paradigma, não é um impedimento do desenvolvimento, mas uma viabilização de um futuro”, disse.

Sobre questões logísticas e obras, o subsecretário reconheceu os desafios. Disse que muitas vezes os “legados” dos eventos não são entregues na sua totalidade em tempo de realização, mas são ainda assim importantes para a infraestrutura da cidade. Com relação à crise de hospedagem, Benevides disse que a problemática é uma questão mais associada à regulação de mercado do que à própria organização da cúpula.

Para Aloísio Lopes Pereira de Melo, secretário nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, a COP30 terá múltiplos papéis em um contexto global desafiador. O evento deve reafirmar a importância do sistema multilateral para enfrentar crises globais, sobretudo a climática, e mostrar que já há iniciativas em andamento com o engajamento de países. Mas, além da sinalização, será necessário comprovar que Estados, setor privado e sociedade estão de fato se movendo para enfrentar o desafio climático.

O Diálogos da COP30 teve o patrocínio da Bayer e do Sistema Transporte – formado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST SENAT) e pelo Instituto de Transporte e Logística (ITL). O evento também teve a presença do presidente designado da COP30, embaixador André Corrêa do Lago.

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