O ministro da saúde, Alexandre Padilha, anunciou neste domingo (30/11) o investimento de R$ 9,8 bilhões em ações de adaptação no Sistema Único de Saúde (SUS) para proteção contra os efeitos das mudanças climáticas no setor. As ações, que incluem a construção de novas unidades e aquisição de equipamentos resilientes, foram anunciadas no 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão). As iniciativas integram o plano AdaptaSUS, que foi apresentado na COP30.
As ações e metas do plano totalizam 120 iniciativas que devem ser executadas até 2035. As medidas visam fortalecer os sistemas de alerta, ampliar a vigilância, capacitar equipes, realizar obras em localidades vulneráveis e investir em pesquisa e criação de plataformas de dados integradas.
“A crise climática é um problema de saúde pública. Hoje, no mundo, um a cada 12 hospitais paralisa as atividades por causa de eventos climáticos extremos. Para nós, debater saúde e clima é uma questão de equidade. Precisamos de um sistema que se antecipe, responda e se adapte às mudanças climáticas para garantir atendimento a todos”, afirmou o ministro.
Padilha anunciou ainda o lançamento do Guia Nacional de Unidades de Saúde Resilientes, que irá compor o Novo PAC da Saúde, para orientar as unidades de saúde na estruturação apropriada para resistir a mudanças do clima. Também haverá a instalação de um grupo técnico composto por especialistas do Ministério da Saúde, Fiocruz, Anvisa, OPAS e conselhos de saúde para definir as diretrizes de resiliência.
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A criação da Instância Nacional de Ética e Pesquisa (INAEP) também foi anunciada no evento para atualizar os critérios de análise ética para estudos clínicos em humanos. Segundo o ministério, a inovação busca agilizar análises, reduzir duplicidades, definir critérios de risco e regular biobancos, ampliando a participação do Brasil na pesquisa clínica global.
Ainda no congresso, o ministro Padilha também instituiu a Comissão Técnica de Registro Profissional do Sanitarista e o Comitê de Acompanhamento de Formação da Profissão do Sanitarista, que irão definir os critérios de formação dos profissionais, organizar o sistema de registro e consolidar a identidade dos servidores atuantes. Em sua fala, Padilha afirma que reconhecer esses profissionais sanitaristas é um “avanço para a saúde coletiva”.