A Receita Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo cumpriram 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo (19), Santo André (2), Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco na manhã desta quinta (25/9) como parte de uma nova operação contra o PCC.
A operação Spare é uma sequência da operação Carbono Oculto e investiga um esquema de exploração de jogos de azar, comércio de combustíveis adulterados e ocultação patrimonial com participação do PCC. Com o dinheiro do esquema, diz a Receita, os alvos da operação tinham inúmeros bens de luxo, incluindo helicópteros, um iate de 23 metros, um Lamborghini Urus e diversos terrenos avaliados em R$ 20 milhões.
A lavagem do dinheiro do esquema, segundo a Receita Federal, acontecia através da mesma fintech que foi alvo da operação Carbono Oculto. Também havia envolvimento de motéis, franquias e empreendimentos imobiliários. A nova fase da investigação contou com participação da Secretaria da Fazenda do Estado e de cerca de 100 policiais militares.
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A estrutura de lavagem de dinheiro estava concentrada em um único prestador de serviços, que controlava 400 postos de combustível. Embora os postos tenham movimentado mais de R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024, somente R$ 4,5 milhões foram recolhidos em impostos, o que chamou atenção da receita.
Segundo a Receita Federal, os recursos lavados através de fintechs eram investidos em outros negócios e ativos por meio de Sociedades em Conta de Participação (SPC), que eram usadas para a construção de empreendimentos imobiliários, especialmente em prédios residenciais em Santos.
Além da Spare, a operação Carbono Oculto deu sequência a uma série de outras investigações, como a operação Quasar e a operação Cadeia de Carbono, que resultaram na apreensão de cargas de dois navios no Porto do Rio de Janeiro avaliadas em R$ 240 milhões. As investigações também encontraram conexões entre os alvos da Spare e da operação Rei do Crime.
Segundo a Receita, entre as provas estão transações comerciais e imobiliárias entre os investigados, uso compartilhado de helicópteros e reservas conjuntas de passagens para viagens internacionais.