Com prisão de Bolsonaro, oposição anuncia obstrução no Congresso

O Congresso Nacional retornou do recesso parlamentar nesta semana com um clima desfavorável ao governo. A oposição anunciou, nesta terça-feira (5/8), obstrução total nas duas Casas Legislativas até que seja aberto um diálogo com os presidentes para o avanço de pautas de interesse do grupo. A ação coordenada é, também, uma resposta à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), que ocorreu nesta segunda-feira (4/8).

A oposição apresentou o chamado “pacote da paz”, com as pautas prioritárias, que consiste no impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Projeto de Lei da Anistia (PL 2.858/2022) e no fim do foro privilegiado.

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Durante coletiva de imprensa, o vice-presidente da Câmara, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), alegou que caso o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) esteja ausente e ele assuma de forma interina o seu lugar, irá colocar para votação em plenário o projeto de anistia.

Em coletiva, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o que aconteceu com o ex-presidente – seu pai – é uma violência institucional. “Vamos reagir com medidas dentro do Parlamento”, afirmou em coletiva de imprensa.

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que há uma coordenação centralizada após uma conversa entre os presidentes dos partidos de oposição na manhã desta terça. “A partir de agora estamos nos adestrando e nos apresentando para a guerra. Se é guerra que o governo quer, é guerra que o governo terá. Não haverá paz no Brasil enquanto não houver discurso de conciliação que passa pela anistia, pela mudança do fim do foro e impeachment de Moraes”, disse.

Depois, Flávio Bolsonaro também manifestou insatisfação com o presidente do Senado, que não demonstrou interesse em dialogar. À jornalistas, afirmou: “Davi [Alcolumbre] acho que está em Yom Kipur. Sabe o que é Yom Kipur? Passa uma semana sumido, não atende o telefone, sem falar com ninguém. Eu estou tentando falar com o Davi desde antes do recesso”, disse. O senador Marcos Rogério também criticou Alcolumbre pela falta de diálogo.

O mau clima também deve impactar algumas sabatinas de indicados para agências reguladoras, como é o caso das que precisam ser analisadas pela Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado. Ao JOTA, o senador Marcos Rogério afirmou que não deverá pautar, por ora, os nomes.

A Comissão é responsável por sabatinar indicações da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Agência Nacional de Mineração (ANM)

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