Piauí leva a Brasília seu sistema de IA público e busca projeção nacional junto com MCTI

O governo do Piauí levou a Brasília o SoberanIA, sistema de inteligência artificial desenvolvido no estado. O projeto, que tem o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para a sua nacionalização, é apresentado como o maior modelo de linguagem em português disponível para uso comercial e integra a estratégia brasileira de construção de soberania digital.

“A importância desse projeto é para todo o setor público de forma geral. [Trabalhamos] a partir dessa soberania digital, que diz respeito ao software. E nós vamos avançar também na soberania no que diz respeito à infraestrutura computacional, do hardware e do processamento desses dados sob domínio do poder público”, afirmou o governador Rafael Fonteles durante o Encontro Nacional de IA Soberana, onde apresentou o projeto, na terça-feira (9/12).

Assine gratuitamente a newsletter Últimas Notícias do JOTA e receba as principais notícias jurídicas e políticas do dia no seu email

Além da parceria com o MCTI, o projeto, que usa datacenters da Telebras, busca respaldo dos ministérios de Gestão e da Inovação (MGI) e das Comunicações, do Serpro e da Dataprev. “O que esperamos com isso é, sobretudo, a melhoria da prestação do serviço público. A inteligência artificial permite que os serviços evoluam de maneira mais eficiente, inclusiva, ágil e precisa”, disse o governo do Piauí.

O foco do projeto é criar, treinar e disponibilizar modelos de IA desenvolvidos integralmente no Brasil e adaptados às necessidades próprias do País. O SobranIA opera com a disponibilização de modelos operacionais via API (interface de programação de aplicativos). A tecnologia já é adotada no Piauí nas plataformas “BO Fácil”, que possibilita o registro de ocorrências policiais por voz no WhatsApp, e  “Piauí Oportunidades”. Com o lançamento nacional, gestores de outros estados e órgãos federais poderão acessar soluções de IA generativa treinadas exclusivamente com dados brasileiros.

Uma das frentes da etapa de sinalização é implantar a infraestrutura física em três núcleos integrados. Na capital piauiense Teresina, a Fábrica de IA, será responsável pela pesquisa, desenvolvimento e treinamento dos modelos fundacionais, utilizando energia limpa e de baixo custo. Em Brasília, ficará o Cofre de Dados, sob operação da Telebras e responsável por armazenará bases estratégicas em um datacenter Tier IV localizado em área militar. Já o Sul do país será o local do Distrito Soberano, que concentrará grande parte do processamento em larga escala, aproveitando clima.

A expansão do SoberanIA está alinhada ao Plano Brasileiro de Inteligência Artificial 2024–2028 (PBIA), lançado pelo MCTI, que prevê investimentos de R$ 23 bilhões em quatro anos para transformar o Brasil em referência internacional no uso de IA, especialmente no setor público. O plano inclui a criação de um supercomputador de alta performance para viabilizar o processamento de grandes volumes de dados e o desenvolvimento de algoritmos avançados.

Generated by Feedzy