A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (27/11), a Operação Slim para desarticular uma estrutura clandestina de produção, fracionamento e comercialização de tirzepatida — princípio ativo usado em medicamentos injetáveis para diabetes e obesidade e que ganhou popularidade em canetas emagrecedoras.
Segundo a PF, o grupo mantinha um esquema de fabricação em condições sanitárias irregulares, realizando envase, rotulagem e distribuição dos produtos sem qualquer tipo de controle de qualidade, esterilidade ou rastreabilidade. A corporação identificou ainda indícios de produção em série em escala industrial, prática proibida no âmbito das farmácias de manipulação — que só podem produzir medicamentos individualizados, sob prescrição e em pequena escala.
Ao todo, estão sendo cumpridos 24 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, em clínicas, laboratórios, estabelecimentos comerciais e residências ligadas aos investigados. A ação tem apoio da Anvisa e das vigilâncias sanitárias estaduais.
As investigações apontam que o grupo também usava plataformas digitais para comercializar as canetas e adotava estratégias de marketing para induzir consumidores a acreditar, de forma enganosa, que a produção contínua de tirzepatida seria permitida pela legislação. A PF afirma que essa prática elevava significativamente o risco sanitário para quem adquiria o produto.
De acordo com a corporação, o objetivo da operação é interromper a atividade ilegal, identificar os responsáveis pela fabricação e distribuição e apreender documentos, equipamentos e insumos para análise laboratorial e perícia técnica.