Pedido de prisão contra Vorcaro, do Banco Master, já tramitava há semanas

O empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, foi preso na noite de segunda-feira (17/11) no Aeroporto de Guarulhos (SP), um dia antes da deflagração da durante a Operação Compliance Zero, da Polícia Federal. A reportagem do JOTA apurou que o pedido de prisão já tramitava há semanas e que o cumprimento do mandado de prisão ocorreu à noite diante da eminente saída de Vorcaro do país.

A prisão foi a primeira de uma investigação que apura fraudes financeiras, gestão fraudulenta, gestão temerária e a venda de títulos de crédito falsos ligados ao Banco Master. Segundo a PF, o esquema pode ter movimentado até R$ 12 bilhões. No mesmo dia da deflagração da operação, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master.

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Nesta terça-feira (18/11), durante sessão da CPI do Crime Organizado, no Senado, Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal comentou o caso ao ser questionado sobre operações deflagradas contra crimes financeiros. “Estamos fazendo uma operação importante, com o Banco Central e o Coaf atuando em conjunto, em um crime contra o sistema financeiro. Fala-se em R$ 12 bilhões envolvendo esse crime em investigação, com várias prisões”, afirmou. “Só hoje apreendemos R$ 1,6 milhão em espécie na residência de um investigado”, acrescentou.

Todos os sete mandados de prisão foram cumpridos  — incluindo o de Vorcaro — e 25 ordens de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal.

Além de Vorcaro, foram presos os diretores Luiz Antônio Bull, Alberto Felix de Oliveira Neto, Ângelo Antônio Ribeiro da Silva e Augusto Ferreira Lima. O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, foi afastado por 60 dias por determinação judicial, em razão de indícios de participação do banco público no esquema.

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A defesa de Vorcaro afirma que ele não tentava fugir e que a viagem ao exterior havia sido previamente comunicada.

A operação ocorre em meio à crise do Master. Horas após as prisões, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial da instituição, alegando que o banco já não tinha condições de funcionamento. Com isso, a negociação anunciada com um consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira foi automaticamente interrompida.

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