O deputado estadual Dr. Jean Freire (PT-MG) encaminhou uma notícia de fato ao Ministério Público de Minas Gerais contra o governador do estado, Romeu Zema (Novo), e seu vice, Mateus Simões, solicitando a abertura de um inquérito civil para investigar uso indevido da emissora pública estadual, Rede Minas, na veiculação de conteúdo de cunho político sobre o partido do governador.
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A notícia de fato foi registrada após a transmissão do programa Opinião Minas, de 26/9, em que o partido Novo foi apresentado como “moderno e transformador” e o presidente do Novo no estado, Christopher Laguna, elencou conquistas do partido e fez críticas ao PT.
No documento apresentado na terça-feira (30/9), Freire alega que o episódio citado fere o princípio da impessoalidade, da moralidade administrativa e da isonomia entre partidos, descritos no artigo 37 da Constituição. “A Rede Minas deve ser uma ferramenta de comunicação pública, voltada para a cultura, a educação e a informação de qualidade. Transformá-la em palanque é desrespeitar o povo mineiro e atentar contra o patrimônio público”, destacou.
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Na mesma linha, o deputado Cleiton Oliveira (PV) solicitou audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para debater abuso de poder por meio do uso da rede pública. Para o deputado, há apoio declarado ao partido de Zema.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais também denunciou publicamente a conduta da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), detentora da Rádio Inconfidência e da Rede Minas, pela “interferência de cunho político/ideológico nas decisões de programação, com censuras a determinados conteúdos e fontes, as propagandas eleitorais antecipadas e retaliações a jornalistas impedidos de falarem no ar.”
Em nota, Christopher Laguna negou uso político da emissora em prol do partido, afirmou que as pautas são tratadas com isonomia e sem envolvimento ideológico. “A Rede Minas é uma empresa independente, com programações próprias, sem interferência política e partidária”, reforçou.