A Polícia Federal (PF) concluiu que a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) não cometeu crimes em uma série de postagens em seus perfis nas redes sociais com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes.
A corporação também mapeou transferências bancárias de empresários à congressista feitas dias antes de sua fuga do Brasil. Entre os repasses consta a de Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan. O valor não foi divulgado.
Zambelli está presa na Itália desde o final de julho, e é alvo de pedido de extradição para o Brasil.
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Apesar de a deputada ter dito que promoveria “atos de obstrução de Justiça” na Itália, a PF avaliou que essa intenção “não se concretizou em ações efetivas”. Segundo a investigação, as condutas se limitaram a publicações e manifestações “de caráter opinativo, notadamente em tom de aprovação à política de taxação norte-americana, sem qualquer repercussão prática sobre o curso de ações penais em trâmite no Brasil”.
As conclusões foram enviadas nesta sexta-feira (19/9) ao inquérito aberto no STF por ordem de Moraes. O caso apura possíveis crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação penal.
Conforme o relatório, houve um “aumento significativo” de recursos recebidos por Zambelli a partir de 19 de maio, dia em que ela pediu publicamente doações financeiras para o pagamento de multas. Na ocasião, ela divulgou uma chave Pix para receber o dinheiro.
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Foram identificadas 88 transferências com valores acima de R$ 500. Seis delas a partir de contas da própria deputada. De 8 a 24 de maio, por exemplo, Zambelli transferiu R$ 339,5 mil de sua conta no Itaú para a da Caixa.
Entre 20 de maio e 3 de junho, empresários, incluindo Hang, transferiram juntos R$ 5 mil para a deputada.
A reportagem pediu um posicionamento à assessoria de Luciano Hang, e aguarda resposta. O JOTA não conseguiu o contato da defesa de Zambelli. O espaço segue aberto.