O Brasil não deve anunciar medidas de reciprocidade imediatamente e tampouco vai adotar tarifas apenas para explicitar a reciprocidade, pois poderia agravar a condição do setor econômico, o que não faz sentido, segundo fonte do governo. Na quarta-feira (9/7), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% a todos os produtos brasileiros.
Informações direto ao ponto sobre o que realmente importa: assine gratuitamente a JOTA Principal, a nova newsletter do JOTA
A avaliação é a de que é necessário esperar que as taxas entrem em vigor, até para não entregar antecipadamente as cartas. Pode haver um cenário em que a resposta não venha nem dia 2 ou 03/8. A resposta pode vir por medidas cruzadas, como está previsto na Lei de Reciprocidade. Uma alternativa, se o BR optar pela retaliação, seria lançar mão de medidas “não tarifárias” para setores de serviços e propriedade intelectual.
“A Lei de Reciprocidade é ampla e pode combinar várias medidas. Pode ser serviços e propriedade intelectual. Há um conjunto de opções (na lei)”, insistiu o interlocutor.
Tarifas de 50%
Ao fazer o anúncio, em carta enviada ao governo brasileiro e publicada na rede social da qual é dono, Truth Social, ele citou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Voltou a dizer que há uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente, que precisa se encerrar “imediatamente”.
De acordo com o anúncio, a nova tarifa entrará em vigor a partir de 1º de agosto. “Nós cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% de todo e qualquer produto enviado aos Estados Unidos, separada de todas as tarifas setoriais. Bens transportados de forma a evadir a tarifa de 50% estarão sujeitos a tarifas mais altas.”
Como justificativa para a imposição da tarifa, Trump afirmou que a relação comercial entre os países é injusta. “Por favor, entenda que esse número de 50% é muito menos do que o necessário para termos o Campo de Jogo Nivelado que devemos ter com seu país. E isso é necessário para retificar as graves injustiças do regime atual”, disse. Atualmente, a taxa imposta aos produtos brasileiros é de 10% e está em vigor desde abril.