Os fundamentos da prisão do deputado estadual Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado estadual Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi preso nesta quarta-feira (3/12) pela Polícia Federal durante a Operação Unha e Carne. Ele também foi afastado da presidência da Alerj. A decisão é do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que classificou os fatos como “gravíssimos”.

O ministro também determinou a busca e apreensão de documentos eletrônicos e valores em diversos endereços ligados a Bacellar e acesso a dados telemáticos e registros de comunicações. Os pedidos foram feitos pela Polícia Federal ao Supremo.

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Bacellar é acusado de vazar informações sigilosas da Operação Zargun da Polícia Federal com o objetivo de frustrar o cumprimento de mandados contra o ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, investigado por associação com o Comando Vermelho. Thiego já estava preso preventivamente.

Segundo a Polícia Federal, Bacellar orientou diretamente TH Joias sobre a remoção de objetos da casa – o que, na visão da PF, indica tentativa de esconder provas. Ainda segundo a PF, o parlamentar integraria uma estrutura criminosa articulada com agentes políticos e o Comando Vermelho, e usava seu cargo para interferir em investigações e proteger aliados políticos vinculados à facção.

“Os fatos narrados pela Polícia Federal são gravíssimos, indicando que Rodrigo da Silva Bacellar estaria atuando ativamente pela obstrução de investigações envolvendo facção criminosa e ações contra o crime organizado, inclusive com influência no Poder Executivo estadual, capazes de potencializar o risco de continuidade delitiva e de interferência indevida nas investigações da organização criminosa”, escreve Alexandre de Moraes na decisão.

Na mesma decisão, Moraes também determinou ao assessor parlamentar Thárcio Nascimento Salgado o uso de tornozeleira eletrônica; recolhimento domiciliar à noite e aos fins de semana; proibição de sair da comarca e do país; cancelamento de passaportes e proibição de uso de redes sociais e de contato com investigados, testemunhas e colaboradores.

A investigação é um desdobramento da ADPF das Favelas (ADPF 635) sobre a letalidade policial, que determinou a atuação dos principais grupos criminosos violentos em atividade no Rio de Janeiro e suas conexões com agentes públicos.

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