Criação de empregos formais tem pior outubro desde 2020, e Marinho critica juros

O Brasil criou 85.147 vagas formais de emprego em outubro de 2025. O número representa uma queda de 35% em comparação com o mesmo mês em 2024, quando o saldo foi de 131.424 postos de trabalho. É o menor em um mês de outubro desde 2020, quando foram criadas 366.026 vagas. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Novo Caged, e foram divulgados nesta quinta-feira (27/11).

No acumulado do ano, o saldo foi de 1.351.832 vínculos, ante 1.796.543 no mesmo período de 2024. É uma queda de 14%.

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O número de outubro deste ano é resultado de 2,27 milhões de admissões e 2,18 milhões de desligamentos. No período, o saldo foi negativo em três dos cinco principais setores econômicos, com maior queda percentual no agropecuário – foram 9.917 vagas a menos, queda de 0,5%. Na Construção Civil e na Indústria, a variação negativa foi de 0,1% com, respectivamente, 2.875 e 10.092 vagas a menos.

Somente Serviços, com 82.436 vagas (aumento de 0,3%) e Comércio, com um saldo de 25.592 (variação positiva de 0,2%) tiveram aumento. Leia aqui os dados completos.

Na avaliação dos números, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, associou os dados ao percentual da taxa Selic, hoje a 15%, e criticou à política de juros do Banco Central (BC).

“É um momento mais que urgente do Banco Central tomar medidas em relação ao monitoramento das taxas de juros, porque há um grande entendimento que é isso que está inibindo o ritmo dos investimentos”, disse. O ministro declarou também que a taxa de juros elevada “sangra o orçamento público”.

Mulheres puxam saldo

Em outubro, foram 65.913 novos vínculos femininos, ante 19.234 masculinos. A participação feminina foi especialmente expressiva no setor de Serviços, com 52.003 contratações, mais que o dobro das registradas entre homens (30.433).

Outro destaque foi a inserção de jovens, trabalhadores de 18 a 24 anos responderam por 80.365 contratações, enquanto adolescentes de até 17 anos somaram 23.586. Juntos, representam 122% do saldo total devido ao resultado negativo em outras faixas etárias. As contratações se concentraram em Serviços (54.528), Comércio (32.203) e Indústria de Transformação (10.051).

O salário médio real de admissão em outubro foi de R$ 2.304,31, um aumento de R$ 17,28 (+0,8%) em relação a setembro. Na comparação com outubro de 2024, o ganho real foi de R$ 54,45 (+2,4%).

Entre os trabalhadores típicos, o salário médio foi de R$ 2.348,20, 1,9% acima da média geral. Já entre os não típicos, o valor ficou em R$ 1.974,07, cerca de 14,3% abaixo.

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