O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, defendeu a manutenção dos juros altos nesta terça-feira (25/11) como ferramenta para seguir a meta de inflação. “A determinação legal é uma meta de 3%, o instrumento é a taxa de juros, e o Banco Central tem de usar a taxa de juros para perseguir a meta de inflação”, explicou.
Galípolo lamentou que, de acordo com as projeções da pesquisa Focus, a meta não deve ser cumprida durante todo o seu mandato. “A meta não é a banda superior. A banda foi feita para que, dado que [a inflação] oferece flutuações, criou-se um ‘buffer’ para amortecer eventuais flutuações. Mas de maneira nenhuma a meta é de 4,5%”, ressaltou.
O presidente da autoridade monetária também defendeu a atuação do BC no caso do Banco Master. A liquidação foi decretada na última terça (18), mesmo dia em que a Polícia Federal (PF) prendeu o dono da instituição, Daniel Vorcaro.
“O Banco Central trabalhou desde o primeiro minuto”, descreveu Galípolo, ao ressaltar que é atribuição do BC identificar as movimentações irregulares e informar às instâncias responsáveis pela investigação. O presidente também explicou a complexidade do processo de liquidação, uma vez que, se contestada posteriormente, pode ocasionar uma “conta enorme” ao erário.
Galípolo também destacou que não cabe à autoridade monetária “julgar a conveniência da aquisição de um ativo”. “A avaliação se dá sobre a rigidez da operação, se cumpriu as normas legais e requisitos técnicos que são demandados, jamais a conveniência”, afirmou.
Receba de graça todas as sextas-feiras um resumo da semana tributária no seu email
Ao lado do presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Ricardo Andrade Saadi, Gabriel Galípolo também prestou informações sobre o termo de compromisso firmado entre o BC e o ex-presidente Roberto Campos Neto. O presidente da autoridade monetária esclareceu o que chamou de “desinformações” e “equívocos” sobre o tema, afirmando que um acordo não teria poder de interromper qualquer investigação criminal.