Em entrevista ao JOTA nesta sexta-feira (21/11), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não tem “ânsia” de se tornar presidente da República e depende do apoio de Jair Bolsonaro (PL).
“Tem muita gente que não é de São Paulo e não conhece o Tarcísio. Ele tem seus méritos e tem seus defeitos. Mas eu acho que não seria natural a candidatura dele, porque ele é uma pessoa muito forte em São Paulo e tem uma reeleição para governador garantida”, afirmou. “Ele não tem essa ânsia de se tornar presidente. Mas Tarcísio depende do apoio de Jair Bolsonaro, porque ainda não se fez uma liderança nacional”.
A entrevista com Eduardo Bolsonaro faz parte da série Personas 2026, uma sequência de entrevistas que o JOTA fará com os principais personagens políticos para ficar de olho até as eleições do ano que vem. O primeiro entrevistado foi o ex-deputado José Dirceu, fundador do PT.
Para Eduardo Bolsonaro, seria interessante uma candidatura em que seu irmão e senador, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), figurasse como cabeça da chapa em uma composição com Tarcísio. “Eles dois têm dito que estão juntos nessas eleições de 2026”, afirmou.
O deputado disse que Tarcísio chegou ao governo paulista sem ter passado por nenhum cargo político anterior, e que fez um “excelente trabalho” no Ministério da Infraestrutura do governo Bolsonaro. “Mas é um trabalho técnico. Quando você entra para a política, não pode ter aversão à política e ser o técnico que você era dentro do ministério, então isso traz muitas ressalvas”, afirmou.
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Segundo Eduardo Bolsonaro, o governador de São Paulo “ainda acredita no diálogo” com autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF). “O Tarcísio acredita ainda que vai mais no diálogo e pelo diálogo acho que já se demonstrou ineficiente e arrastou a gente para a posição que a gente está hoje em dia. E por isso tenho tido muito apoio dentro desta base bolsonarista”.
Questionado se acredita que Tarcísio é um bolsonarista, Eduardo ponderou. “Se for uma pessoa próxima de Jair Bolsonaro, sim ele é bolsonarista. Se for pela sua conduta política, deixaria uma dúvida no ar. Mas de qualquer maneira, é uma pessoa que tem suas qualidades e seus defeitos”.
Em relação a outros governadores de direita que se colocam em uma possível disputa presidencial, a exemplo de Romeu Zema, em Minas Gerais, e Ronaldo Caiado, em Goiás, Eduardo considera todos como “figuras conhecidas localmente” e que poderiam se lançar com mais chances, caso conseguissem ter uma proximidade com a base bolsonarista.
“Por que colocar como condição a retirada dessas pessoas da corrida presidencial? A quem isso beneficia? Tem que deixar o Bolsonaro concreto. Vai dar problema se quiserem retirar o Bolsonaro no tapetão”, questionou Eduardo Bolsonaro, a respeito de possíveis consequências de um pleito sem a participação do seu pai, como uma suposta falta de reconhecimento pela comunidade internacional.