O BNDES assinou nesta quinta-feira (13/11) em Belém empréstimos de 280 milhões de euros junto ao banco de desenvolvimento alemão KFW para ações de sustentabilidade. Desse total, serão 150 milhões de euros para apoio a energias renováveis e proteção ao clima e outros 130 milhões de euros para a mobilidade urbana, como o financiamento de ônibus.
O anúncio foi feito na COP30 pelo presidente do banco brasileiro, Aloizio Mercadante, e do KFW, Stefan Wintels, e pelo diretor de Planejamento e Relações Institucionais do BNDES, Nelson Barbosa. Com a assinatura, segundo Mercadante, o banco chega a R$ 21 bilhões em captação de recursos voltados para projetos sustentáveis em diferentes modalidades.
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O banco não detalhou o custo dos empréstimos, mas Barbosa explicou que, com esse tipo de operação, o banco brasileiro consegue, mesmo com o custo do hedge (proteção) cambial, captar recursos abaixo do CDI (o juro das operações entre os bancos que é próximo da taxa Selic, em 15% ao ano) e emprestar a taxas mais competitivas para projetos sustentáveis.
Mercadante aproveitou o anúncio para dar alguns recados: afirmou que a parceria com os alemães e europeus é importante e precisa ser reforçada com o acordo Mercosul-União Europeia, porque tem havido perda de participação da Europa no comércio exterior brasileira.
Para ele, esse acordo, cuja expectativa é de que seja assinado em dezembro, vai reafirmar o multilateralismo e mostrar que vantagens competitivas podem ser vantagens colaborativas. “A relação com a União Europeia é fundamental para a gente sair desse mundo unipolar, autoritário comercial. É uma relação muito bem-vinda, muito relevante. O presidente Lula está muito empenhado. Acho que devíamos assinar enquanto ele é presidente do Mercosul”, completou.
Outro recado do presidente do BNDES foi de que há um desafio de se reduzir as taxas de juros no Brasil de maneira sustentável e consistente. Apesar disso, ele destacou uma série de indicadores positivos da economia.
Também nesta quinta-feira, o BNDES e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciaram a aprovação da elegibilidade do apoio financeiro de R$ 55 milhões do Fundo Amazônia ao Projeto Regional OTCA – Florestas e Mudanças Climáticas. A ideia é aprimorar os sistemas nacionais de monitoramento da cobertura florestal na Amazônia e fortalecer capacidades técnicas e institucionais para prevenção e controle do desmatamento e da degradação florestal.