O grupo político de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) passou a trabalhar com a montagem de uma chapa para 2026 que terá como foco na eleição a segurança pública. Conforme antecipou o JOTA na semana passada, o governador voltou a se entusiasmar com o projeto de uma candidatura ao Planalto e agora planeja lançar Guilherme Derrite (PP-SP), seu secretário estadual da Segurança, para sua sucessão no Bandeirantes.
Esse, inclusive, é o cenário com o qual assessores diretos do presidente Lula trabalham neste momento. Tarcísio reconhece a conjuntura ainda desfavorável para seu projeto presidencial com a centro-direita desunida e a força de Lula na liderança das pesquisas. No entanto, tem sido convencido pelo seu entorno mais próximo de que a repercussão da recente operação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro escancarou as vulnerabilidades do petista.
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Ou seja, o episódio do Rio pode antecipar uma decisão de Tarcísio que seria tomada apenas no ano que vem. Por ora, a orientação do governador é continuar insistindo no sentido de que ele concorrerá à reeleição. Mas, a portas fechadas, seu grupo já trabalha na montagem da chapa que teria Derrite como candidato a governador. Ainda não se sabe se o secretário permanecerá no Progressistas ou se haverá mudança de partido, tudo depende de como ficará a chapa.
Deputado federal eleito em 2022, Derrite se licenciou do cargo de secretário para voltar à Câmara e relatar o Projeto de Lei Antifacção, em discussão no Congresso e com alta visibilidade na opinião pública. Ele tem adotado uma postura de endurecimento penal como mudanças que ampliam punições e equiparam crimes de facções ao terrorismo, o que tem gerado forte reação da Polícia Federal e do governo federal.
O plano inicial era lançar Derrite ao Senado em 2026. A repercussão do trabalho dele na relatoria pode mudar o curso do projeto. De seu lado, Tarcísio está se posicionando para estar pronto caso seja ungido candidato a presidente por Jair Bolsonaro (PL). Mas ainda observa se terá um mínimo de unidade na direita e, principalmente, se o ex-presidente dará a ele total apoio. Sem essas duas condições, permanecerá o dilema de deixar uma reeleição bem encaminhada em São Paulo para arriscar contra o Lula.