1ª Turma do STF julga denúncia de Eduardo Bolsonaro a partir de 14 de novembro

A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar o oferecimento da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo de 14 a 25 de novembro em plenário virtual. A informação está no andamento processual.

O parlamentar e o influencer são acusados por coação no curso do processo durante a ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil. Se recebida a denúncia, os dois podem virar réus.

Conheça o JOTA PRO Poder, plataforma de monitoramento que oferece transparência e previsibilidade para empresas

A denúncia apresentada é baseada na atuação do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e do blogueiro nos Estados Unidos com o intuito de promover retaliações contra o governo brasileiro, como o tarifaço, e ministros do STF.

De acordo com a PGR, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo usaram uma rede de contatos com integrantes do governo dos Estados Unidos para “constranger a atuação” do STF na investigação sobre a tentativa de golpe no Brasil e a ação penal em que o Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão.

Para a PGR, Eduardo teve “papel central na orquestração” dos atos voltados a coagir o STF. O objetivo, conforme a denúncia, era conseguir a absolvição de Bolsonaro e do próprio Figueiredo, que também foi denunciado na investigação sobre o golpe.

“O estratagema se complementava com a atuação paralela, visando a que as pressões estrangeiras fossem exercidas sobre outros agentes da soberania nacional, a fim de que o Congresso Nacional aprovasse um projeto de anistia que abrangesse necessariamente Jair Bolsonaro”.

Denúncia

Na denúncia, a PGR cita diversas publicações e entrevistas dadas por Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo para basear a acusação, em que ambos comentam sobre as tratativas para buscar sanções contra o país e autoridades.

De acordo com o documento, a dupla divulgou “tragédias financeiras” decorrentes das sanções norte-americanas que eles buscavam, caso o STF não liberasse os acusados na ação sobre o golpe. “Com isso, pretendiam fazer a população crer que essas sanções, que descreveram dramaticamente, a recair sobre o Brasil, tinham por causa a atuação dos Ministros do Supremo Tribunal Federal no julgamento da ação penal contra Jair Bolsonaro”, diz a PGR.

Para comprovar a coação, a PGR cita que Paulo Figueiredo exaltou que não houve sanção ao ministro Luiz Fux, porque estaria na direção correta de caminhar para a absolvição de Bolsonaro. “Com picardia, o segundo denunciado se referiu a um dos julgadores da AP 2.668 como se havendo beneficiado de ‘um voto de bondade a ele, um voto de boa-fé’, ao ter sido protegido contra a suspensão do visto para os Estados Unidos da América que atingiu outros colegas seus. Complementou, em seguida, de modo insultuoso à dignidade do ministro e ao próprio Tribunal, dizendo que ‘ele agiu comprovando que o nosso voto de boa-fé estava na direção correta’”, diz trecho da denúncia.

Assine gratuitamente a newsletter Últimas Notícias do JOTA e receba as principais notícias jurídicas e políticas do dia no seu email

Em outro trecho da denúncia, menciona os efeitos do tarifaço aplicado pela gestão Trump às exportações brasileiras, como perda de receita, impacto no Produto Interno Bruto (PIB) e desemprego setorial. “Esses fatores e números revelam a seriedade das ameaças que a dupla dirigiu às autoridades do país”, acrescenta a PGR.

Generated by Feedzy