O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira (16/10) a reabertura das investigações sobre a interferência política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal durante a sua gestão. A suposta interferência foi denunciada por Sérgio Moro, na época ministro da Justiça e Segurança Pública.
Moraes atende a uma solicitação do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Segundo ele, existe a necessidade de novas diligências por conta de novos elementos trazidos nas investigações sobre a Abin Paralela, que também ocorrem na Suprema Corte.
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A Abin Paralela investiga o uso da estrutura da instituição para ataques sistemáticos a autoridades, ao sistema eleitoral e a instituições públicas, por meio de obtenção clandestina de dados sensíveis, propagação de notícias falsas.
No despacho, Moraes determina que as novas informações sejam encaminhadas à PGR, para manifestação, no prazo de 15 dias.
Investigação
Segundo Moro, Bolsonaro tentou interferir politicamente no trabalho da Polícia Federal e em inquéritos relacionados a familiares. O inquérito foi aberto, atendendo a um pedido da PGR, no dia 27 de abril de 2020, e tanto Bolsonaro como Moro são investigados. A abertura foi feita após declarações feitas por Moro ao deixar o cargo, em 24 de abril.
O procedimento foi aberto pelo ex-ministro Celso de Mello, mas, com sua aposentadoria, Moraes assumiu a investigação.
O inquérito apura a suposta ocorrência dos crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra.