A um ano da eleição, o JOTA PRO realizou nesta terça-feira (7/10), às 11h30, uma live aberta para discutir o cenário político e as projeções para 2026. Os analistas falaram sobre as chances do presidente Lula, do governador Tarcísio de Freitas, do governador Ratinho Jr. e de integrantes da família Bolsonaro na disputa presidencial, e debateram o momento atual e os possíveis desdobramentos do ano eleitoral.
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Daniel Marcelino, analista de dados do JOTA PRO, apresentou o Panorama Eleitoral 2026 que simula cenários de segundo turno entre os possíveis candidatos. Em uma eventual concorrência com Tarcísio, a probabilidade de vitória de Lula chega a 64%, sobre Michelle a 78% e sobre Ratinho Júnior a 86%. Para Marcelino, São Paulo será o estado-chave para a disputa eleitoral. “É o distrito onde a disputa vai pegar fogo e onde tendem a ser decidida as eleições”, afirma.
Marcelino apontou ainda a forte recuperação nos últimos três meses na popularidade de Lula, aproximando-se de um ponto de equilíbrio entre aprovação e desaprovação, o que, segundo o analista, é um cenário “muito confortável”.
Os dados apresentados por Marcelino são exclusivos do Agregador de Pesquisas do JOTA, e os principais pontos estão no Panorama Eleitoral 2026, disponível para download gratuito neste link.
Confira na íntegra
Divisão na centro-direita
Outro fator positivo para Lula na corrida eleitoral é a falta de unidade na centro-direita. O analista político Alberto Bombig pontuou que, enquanto a esquerda parece ter Lula (PT) como única escolha, a direita mira em nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Jr. (PSD), Ronaldo Caiado (União) e Romeu Zema (Novo). Para Bombig, “se as eleições fossem hoje, teríamos uma direita desunida”.
O analista também enfatizou que a divisão se deu pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro: “O caso do Bolsonaro acabou fragmentando a centro-direita no Brasil. Goste-se ou não, os próprios adversários assumiam que foi ele quem uniu esse grupo em 2018 e levou adiante até 2022, mas agora esse grupo se fragmentou.” Ou seja, a seu ver, a oposição está envolvida em “fogo amigo”, enquanto o governo “joga sem marcação”.
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Bombig acrescenta que, embora publicamente afirme que não é candidato agora, Tarcísio sofre pressão para disputar, é considerado competitivo e conta com apoio do Centrão. Uma chapa Tarcísio-Michelle Bolsonaro é considerada forte. Entretanto, ele precisa focar na gestão de São Paulo.
Futuro de Bolsonaro
Sobre as possibilidades de Jair Bolsonaro concorrer às eleições de 2026, a analista de Judiciário, Flávia Maia, pontua que, mesmo que o ex-presidente siga preso e condenado, ainda assim poderá realizar o registro de candidatura e também pode participar de formas “paralelas” como enviar cartas ou conceder entrevistas (ministro Alexandre de Moraes já sinalizou essa possibilidade), mas sempre sob vigilância judicial.
A analista destaca que, ainda assim, “as chances são muito baixas dele como candidato e dele apoiando outro candidato (…) a princípio, pelas regras eleitorais, pelas regras da Justiça, Bolsonaro está fora do jogo”.
Para o próximo ano, a analista ressalta um ponto de atenção para 2026: a mudança na composição, com o ministro do Supremo Tribunal Federal Nunes Marques (indicado por Bolsonaro, alinhado à direita) assumindo a presidência da Justiça Eleitoral. O ministro será responsável pelas resoluções eleitorais (calendário, publicidade, IA, deepfakes, fake news). André Mendonça também estará na corte.