O presidente Lula confirmou o aporte de US$ 1 bilhão para o Tropical Forest Forever Facility (TFFF). O Brasil é o primeiro país a anunciar recursos para o fundo que será lançado na COP30, em novembro. Modelo financeiro é institucional construído em apoio do Banco Mundial, que em reunião da diretoria no dia 21 de outubro em Washington. Metas de contenção do desmatamento das florestas serão monitoradas por satélites.
Segundo fontes ouvidas pelo JOTA, a estratégia é liderar pelo exemplo e criar um desafio para que outros países interessados façam o mesmo, de forma a viabilizar a capitalização necessária. A meta, conforme o JOTA antecipou, é que o TFFF consiga levantar US$ 25 bilhões em capital soberano, alavancando US$ 100 bilhões adicionais da iniciativa privada para garantir seu funcionamento.
O modelo financeiro do fundo é institucional, construído em apoio ao Banco Mundial. O fundo terá duas estruturas distintas: o TFFF, que ficará no Banco Mundial e será responsável pela gestão dos pagamentos aos países com cobertura florestal; e o TFIF (Tropical Forest Investment Forever), encarregado dos investimentos, que terá jurisdição em outro país a ser definido até o primeiro trimestre de 2026.
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As metas de contenção do desmatamento das florestas serão monitoradas por satélites, e a ideia é que os países recebam até US$ 4 por hectare preservado. Pelas projeções mais otimistas, somente o Brasil, como um de seus beneficiários, pode garantir entre US$ 1 bilhão e US$ 1,3 bilhão ao ano — em um cenário de desmatamento muito baixo.
O grande atrativo do TFFF é o desenho de investimento seguro, com garantia de Estado e remuneração de mercado AAA, enquadrado nos critérios de ESG e compliance. O fundo também tem caráter simbólico: é o primeiro mecanismo financeiro de peso criado pelo chamado Sul global para o enfrentamento da crise climática, enquanto os anteriores surgiram de iniciativas do Norte.
Apesar do anúncio oficial estar previsto para a COP30, Lula já começou a preparar o terreno internacionalmente. O presidente desembarcou em Nova York no dia 21 de setembro para participar da Assembleia Geral da ONU e da Climate Week, onde o tema está em debate.
O aporte brasileiro era uma demanda dos outros países interessados e representa o pontapé inicial de um mecanismo que deve entrar em operação em 2026. Já os pagamentos às florestas, segundo o desenho atual, só devem começar a ser feitos no próximo governo.