Garantir médicos nos rincões do Brasil é investir em vida e justiça social

Um dos maiores desafios do Brasil hoje é assegurar que médicos cheguem e permaneçam nos lugares mais distantes, nos rincões do nosso país. Enquanto os grandes centros urbanos do Sudeste e Centro-Oeste concentram a maioria dos profissionais, estados como Roraima enfrentam enorme dificuldade para manter médicos em seus hospitais. Essa desigualdade compromete diretamente o acesso da população a um atendimento médico de qualidade, prejudicando vidas e ampliando diferenças históricas entre regiões.

Para enfrentar essa realidade, apresentei no Senado o PL 4571/2025, que cria regras para que médicos formados com apoio do Fies tenham parte de sua dívida abatida caso optem por atuar na rede pública de saúde. Trata-se de uma medida simples, mas de grande impacto social: ela alivia o peso financeiro que muitos jovens médicos carregam ao concluir a faculdade e, ao mesmo tempo, leva profissionais para onde eles são mais necessários, reforçando o atendimento do SUS.

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A concentração de médicos nos grandes centros é alarmante. Dados da Demografia Médica 2025 mostram que cidades que concentram apenas 31% da população brasileira reúnem 63% dos médicos. Mais de 60% dos profissionais estão em apenas 48 municípios e capitais com mais de 500 mil habitantes. Essa realidade se agrava ainda mais quando analisamos as especialidades médicas: enquanto o Distrito Federal apresenta índice de 72,2% de especialistas, em estados como Rondônia e Roraima esse índice não chega a 46%.

Além disso, os médicos que atuam em áreas remotas enfrentam obstáculos que vão muito além da escassez de profissionais: dificuldades de acesso físico, falta de medicamentos e equipamentos, sobrecarga de trabalho e ausência de colegas para trocar experiências são apenas alguns dos desafios cotidianos.

O abatimento de parcelas do Fies já é previsto em lei desde 2010 para médicos da atenção básica em regiões prioritárias e, desde 2016, para médicos militares das Forças Armadas nessas localidades. O PL 4571/2025 amplia essa política, permitindo que outros médicos que atuem em instituições públicas de saúde em áreas com carência de profissionais também tenham o benefício.

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Essa iniciativa não é apenas um incentivo financeiro. É um ato de justiça social e de planejamento estratégico para a saúde pública. Ao garantir médicos nos rincões do Brasil, fortalecemos o SUS, valorizamos os profissionais e promovemos equidade no acesso à saúde. Mais do que isso, transformamos o investimento público na formação de médicos em retorno direto para a sociedade.

O Brasil não pode aceitar que regiões inteiras fiquem sem médicos enquanto os grandes centros concentram profissionais. Este projeto é uma medida concreta para mudar essa realidade. Garantir médicos nos lugares mais distantes é garantir vidas, dignidade e futuro para todos os brasileiros.

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