O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou nesta segunda-feira (15/9) que “haverá resposta” à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Teremos alguns anúncios na próxima semana ou algo assim sobre quais medidas adicionais pretendemos tomar”, disse.
“O julgamento é apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tentou atingir empresas americanas e até pessoas operando a partir dos Estados Unidos”, completou.
Sem citar o nome do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ele criticou juízes ativistas, “um em particular”.
“A resposta é que o Estado de Direito está se deteriorando. Você tem esses juízes ativistas, um em particular que não apenas perseguiu Bolsonaro, mas também tentou impor reivindicações extraterritoriais até contra cidadãos americanos, ou contra alguém postando online de dentro dos Estados Unidos, e chegou a ameaçar ir ainda mais longe nesse sentido”, disse.
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Na quinta-feira (11/9), após o resultado do julgamento, Rubio já tinha adiantado que haveria uma resposta dos EUA ”de forma adequada a essa caça às bruxas”.
“As perseguições políticas por parte do violador de direitos humanos sancionado Alexandre de Moraes continuam, já que ele e outros membros da Suprema Corte do Brasil decidiram injustamente prender o ex-presidente Jair Bolsonaro”, disse.
Como o JOTA adiantou, a expectativa no governo já era de escalada da crise política após julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. É esperado algo mais na linha de sanções aos ministros do STF do que de gente do Executivo. Talvez vistos. O clima, segundo o JOTA apurou, é de compasso de espera para entender até onde governo a Trump pretende elevar a temperatura. “A verdade é que ninguém sabe o que virá”, disse um interlocutor da cúpula do governo.
Em artigo publicado no The New York Times no domingo (14/9), o presidente Lula rebateu as críticas dos EUA. “Não se tratou de uma ‘caça às bruxas’. O julgamento foi resultado de procedimentos conduzidos em conformidade com a Constituição Brasileira de 1988, promulgada após duas décadas de luta contra uma ditadura militar”, disse.
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Rubio tem sido uma espécie de porta-voz das ações do governo norte-americano contra o Brasil. Foi ele quem anunciou em 18 de julho a revogação do visto de Moraes, relator da ação penal à qual Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão.
“A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não só viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil e atinge os americanos”, disse em julho.