Entenda o que acontece agora com os militares condenados na trama golpista

Seis dos oito condenados por tentativa de golpe de estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) são militares. Assim, eles podem ser expulsos das Forças Armadas e perder o posto, a patente e os benefícios. À exceção de Mauro Cid, condenado a uma pena de dois anos em regime aberto, os demais, que tiveram penas maiores, passarão pelo crivo do Superior Tribunal Militar (STM) e devem responder à Representação por Indignidade ou Incompatibilidade para o Oficialato.

Dessa forma, após o esgotamento dos recursos e o fim definitivo da ação penal no Supremo, Almir Garnier Santos, Augusto Heleno Ribeiro, Jair Messias Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e Walter Souza Braga Netto terão que enfrentar outra batalha na Justiça Militar.

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O Supremo vai comunicar à Justiça Militar a condenação e o Ministério Público Militar (MPM) deverá apresentar a representação. Cabe à Corte Militar decidir apenas sobre a idoneidade de permanência do oficial no posto, não reavaliando o mérito da condenação já proferida.

Em nota enviada à imprensa, a ministra-presidente do STM, Maria Elizabeth Rocha explica que a atuação do tribunal depende de prévia provocação do Ministério Público Militar. “O STM exerce função eminentemente jurisdicional; a execução das decisões, como a eventual perda de posto e patente, ocorre no plano administrativo, a cargo do Comando Militar da Força a que pertence o oficial condenado”, diz um trecho.

Entre as consequências da Representação por Incompatibilidade para o Oficialato está a expulsão do militar das Forças, o que pode gerar a “morte ficta”, ou seja, o militar deixa de existir nas Forças Armadas e benefícios como pensão são repassados às esposas ou filhas.

O STM é composto por 15 ministros — dez militares (quatro do Exército, três da Marinha e três da Aeronáutica) e cinco civis — e decide, em plenário, sobre a manutenção ou perda do oficialato.

Além das penalidades jurisdicionais, os militares também podem sofrer processos administrativos, como o Conselho de Justificação, com perda do posto e da patente, se o STM confirmar. Neste caso, não há restrição quanto ao tamanho da pena imposta, assim até mesmo Mauro Cid pode passar por esse processo.

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