CPMI do INSS deve focar em empréstimos consignados em uma ‘segunda fase’

A CPMI do INSS deve mirar em supostas fraudes nos empréstimos consignados em uma segunda fase, que deve se iniciar após esgotadas todas as oitivas sobre os descontos associativos. O presidente, senador Carlos Viana (Podemos-MG), confirmou ao JOTA que nessa etapa devem ser chamados representantes de bancos e entidades financeiras.

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A cada reunião fica mais evidente que o crédito consignado será uma abordagem que o relator, deputado Alfredo Gaspar, não abrirá mão de questionar. O tema foi abordado diversas vezes na oitiva desta segunda-feira (1/9), com o advogado Eli Cohen, e também no depoimento da última quinta-feira (28/8), com Patrícia Bettin Chaves, coordenadora da Câmara de Coordenação e Revisão Previdenciária da DPU.

Um novo nome surgiu no depoimento desta segunda e que envolve nominalmente o sistema financeiro. Cohen citou que o ex-vice-presidente do BMG, Márcio Alaor de Araújo, estaria envolvido nas supostas fraudes nos empréstimos consignados. O depoente afirmou que as fraudes começaram em 2005.

Ele também citou o nome de três grandes instituições financeiras que estariam mais envolvidas nas fraudes, com base em sua experiência. Mas menciona genericamente que seriam mais de 50 instituições financeiras agindo.

Cohen fez citações que acusam, sem provas apresentadas até o momento, políticos de alto calibre de terem participado de festas promovidas pelo grupo THG (Total Health Group), do empresário Mauricio Camisotti, que é citado pela PF no relatório que investiga a fraude. Isso pode ser um gatilho para que o Centrão engaje com maior força no enfraquecimento da CPMI, já que pode comprometer figuras políticas relevantes.

Durante a reunião, os integrantes do colegiado aprovaram 21 requerimentos que solicitam a prisão preventiva de figuras supostamente envolvidas nas fraudes do INSS. Entre eles, o empresário do ramo de seguros Mauricio Camesotti; Antônio Carlos Camilo (“careca do INSS”); o empresário e ex-deputado estadual pelo PSDB Antônio Luz; e Márcio Alaor. Os requerimentos não têm força prática, mas serão encaminhados ao ministro que relata o caso no STF, André Mendonça, que poderá aceitar ou não os pedidos de preventiva.

Além disso, o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi pode ser ouvido pela CPMI ainda nesta semana, conforme afirmou Carlos Viana à jornalistas. A data, no entanto, ainda não foi oficializada.

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