O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), proibiu, nesta terça-feira (22/7), a realização de reuniões em comissões da Casa durante todo o período de recesso parlamentar, que tem fim em 1º de agosto. Estavam convocadas para esta manhã reuniões em duas comissões presididas por deputados do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL. O despacho do presidente foi publicado no Diário da Câmara.
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As reuniões estavam marcadas na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Ambas presididas por deputados do PL, Delegado Paulo Bilynskyj (SP) e Filipe Barros (PR), respectivamente. Na pauta, constavam requerimentos pela aprovação de moção de louvor a Jair Bolsonaro e de repúdio às restrições impostas ao ex-presidente por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
As reuniões nas comissões durante o recesso parlamentar eram parte da estratégia bolsonarista. Na segunda-feira (21/7), deputados e senadores da oposição anunciaram, após reunião com o ex-presidente, que iriam se organizar por meio de três subcomissões para mobilizar suas pautas prioritárias durante o período. O anúncio sobre a estratégia da oposição estava previsto para ser feito por Bolsonaro após o encontro, mas, proibido de dar entrevistas, o ex-presidente ficou na sala do PL enquanto os aliados falaram.
Na saída do Congresso, ele se manifestou e houve uma confusão na Casa. Jornalistas e apoiadores correram atrás do ex-presidente, uma mesa foi estilhaçada e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ficou ferido. Em fala rápida à imprensa e a apoiadores, o ex-presidente mostrou a tornozeleira eletrônica e disse que era o “símbolo máximo da humilhação”. “Não roubei ninguém. Não roubei os cofres públicos. Não matei ninguém. Não trafiquei ninguém. O que vale para mim é a lei de Deus”, declarou apontando para a tornozeleira.
Após o recesso, a base oposicionista terá como foco prioritário a anistia aos participantes dos atos do 8 de Janeiro e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, no Senado.