Aprovação de Lula sobe e rejeição recua após tarifaço de Trump, aponta Genial/Quaest

A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16/7), aponta que o embate com o presidente americano Donald Trump teve efeitos políticos relevantes para o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A desaprovação ao governo Lula caiu quatro pontos em relação a junho, de 57% para 53%, o menor índice desde dezembro de 2024. Já a aprovação subiu três pontos, de 40% para 43%, o que representa uma melhora líquida de sete pontos em pouco mais de um mês.

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A melhora na popularidade se refletiu também na avaliação geral do governo. A proporção dos que consideram a gestão ruim ou péssima caiu de 43% para 40%. Já os que avaliam como boa ou ótima subiram de 26% para 28%. O índice dos que veem o governo como regular permaneceu estável em 28%.

A melhora foi puxada, sobretudo, por eleitores fora das bases tradicionais de apoio do petista, como os que têm renda entre 2 e 5 salários mínimos, ensino superior completo e não são beneficiários do Bolsa Família. A recuperação foi mais expressiva no Sudeste, a região mais populosa do país.

O levantamento foi feito presencialmente com 2.004 eleitores, entre os dias 10 e 14 de julho, e tem margem de erro de dois pontos percentuais, com 95% de confiança.

Tarifaço de Trump 

O anúncio de tarifas de 50% aos produtos brasileiros pelo presidente americano Donald Trump provocou forte reação na opinião pública. Segundo a pesquisa, 79% dos eleitores acreditam que as tarifas vão prejudicar sua vida. Para 72%, Trump está errado ao impor as medidas por acreditar em perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e 57% dizem que ele não tem direito de criticar o processo judicial em que o ex-presidente brasileiro é réu.

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Diante da ofensiva, a resposta de Lula com possíveis medidas de reciprocidade é aprovada por 53% dos eleitores — apoio que reforça uma imagem de líder firme e disposto a defender os interesses do Brasil. No entanto, 39% não apoiam a resposta do governo brasileiro.

O episódio também ampliou o sentimento de que é preciso união nacional. Para 84% dos entrevistados, governo e oposição devem se juntar em defesa do Brasil diante do embate com os EUA.

Economia 

Além das tensões no cenário internacional, a percepção sobre a economia apresenta sinais de alívio no presente, mas o pessimismo em relação ao futuro cresceu. A fatia dos que veem piora nos últimos 12 meses caiu de 56% para 46%, enquanto os que notam melhora subiram de 18% para 21%. Já as expectativas futuras se deterioraram: 43% agora preveem piora na economia – ante 30% em junho –, e apenas 35% projetam melhora, dez pontos a menos que na rodada anterior.

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Outro sinal de desgaste é a inflação percebida, que segue em níveis elevados. Para 76%, os preços dos alimentos subiram no último mês – uma leve queda em relação aos 79% registrados anteriormente. No entanto, a percepção de aumento avançou na gasolina (de 54% para 56%) e nas contas de água e luz (de 60% para 62%). O poder de compra segue comprometido: 80% dizem que conseguem comprar menos do que há um ano.

Tributação dos mais ricos tem apoio

A pesquisa também revelou que a maioria dos brasileiros (63%) apoia a proposta de aumento de impostos sobre os super-ricos, como forma de reduzir a desigualdade e promover justiça tributária. Ainda assim, 53% rejeitam o discurso que contrapõe ricos e pobres, por considerá-lo polarizador. Para 38%, no entanto, essa narrativa é válida por expor os privilégios de uma minoria.

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