Bolsonaro passou o relatório de fraude das urnas para comandantes, diz ex-chefe da FAB

O brigadeiro Baptista Júnior, comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) durante o governo de Jair Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente apresentou para ele o relatório do Instituto Voto Legal (IVL) indicando fraudes nas urnas eletrônicas em 2022. Bolsonaro queria demonstrar ao militar que havia problemas no sistema eletrônico de votação. Contudo, Baptista Júnior afirmou que o relatório tinha “sofismos” – argumentos enganosos.

Informações direto ao ponto sobre o que realmente importa: assine gratuitamente a JOTA Principal, a nova newsletter do JOTA

A declaração de Baptista Júnior ocorreu na manhã desta terça-feira (15/7) no Supremo Tribunal Federal (STF), durante as oitivas das testemunhas do núcleo da desinformação, segundo classificação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Durante o depoimento, o ex-comandante contou que, após Bolsonaro apresentar o relatório, ele fez perguntas e ponderações sobre o documento. Na sequência, segundo ele, o ex-presidente pegou o telefone e ligou para Carlos Rocha, engenheiro e presidente do IVL, um dos réus da ação golpista.

O brigadeiro contou que Bolsonaro colocou o aparelho no braço da poltrona e falou assim: “sua conversa é com ele”. Na sequência, o militar conversou com o engenheiro e apresentou os tópicos em que havia lacunas e era preciso aprofundar. Segundo Baptista Júnior, ele disse que achava prematuro indicar fraude no sistema eleitoral e o Carlos Rocha só o ouviu e não comentou nada.

Depois, Baptista Júnior entregou o relatório para análise do coronel Wagner Oliveira da Silva, que compunha a Comissão de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação, para falar de achados sobre fraudes nas urnas eletrônicas. O coronel ligou para Baptista Júnior dois dias depois afirmando que não existia fraude capaz de alterar o resultado das eleições.

O ex-comandante da FAB reiterou que ele e a família sofrem ataques por não ter embarcado na ideia de ruptura institucional. Para ele, os ataques são patrocinados por “populistas parasitas”. Nesta terça, o STF ouve as testemunhas dos núcleos de desinformação e dos militares.

Generated by Feedzy